Geraisito

Individual 5.32g

  • País: Brasil
  • Classificação: Tectito Geraisito
  • Massa total: 0,001 kg
  • Queda observada: Não
Geraisito
Pela primeira vez, foram encontrados tectitos — vidros naturais raros formados por impactos de meteoritos — em território brasileiro, mais precisamente no norte de Minas Gerais. Essa região agora abriga um novo campo de dispersão desses fascinantes materiais, marcando o Brasil no mapa mundial da geologia planetária!
Os espécimes, batizados de "geraisitos" em homenagem ao estado mineiro, foram encontrados em uma área que se estende por pelo menos 87 km. Eles apresentam características extraordinárias: formatos variados, cores que vão do verde-oliva ao marrom e teores de água extremamente baixos (entre 70 e 110 ppm), compatíveis com outros campos de tectitos já conhecidos no mundo.
Essa descoberta não apenas coloca Minas Gerais no cenário global de estudos sobre impactos meteoríticos, mas também reforça a importância científica da região. Os pesquisadores continuam investigando a idade e a extensão do campo, que pode se revelar ainda maior, com potencial de conexão a outros países vizinhos. Minas Gerais acaba de se tornar protagonista em uma história que mistura ciência, mistério e o impacto de eventos cósmicos!
Tectito

Tectitos (do grego tektos, fundido) são pequenas rochas de vidro com dimensões de até alguns centímetros e que a maioria dos cientistas crê terem sido formadas na sequência de impactos de grandes meteoroides.

Com o impacto, os materiais terrestres são fundidos e projetados a distâncias de até centenas de quilómetros, arrefecendo e solidificando durante o seu trajeto no ar. Apesar de um impacto de um meteorito ser necessário à sua formação, os tectitos são formados a partir de material terrestre e não de materiais extraterrestres, como frequentemente é dito. Têm cor negra ou verde translúcida, com formas variáveis, incluindo, aerodinamicamente arredondados, discoid, gota, halter ou irregular.

Os tectitos são designados com base no local em que foram encontrados e estão associados a uma cratera de impacto. Como exemplo, os tectitos encontrados na República Checa são chamados moldavitos e estão associados à Cratera de Nördlingen.
 

Atualmente são conhecidos em todo o mundo quatro campos de dispersão de tectitos, mas apenas três deles foram associados a uma dada cratera.

Indicam-se abaixo alguns tipos de tectitos, agrupados nos quatro campos de dispersão conhecidos:
 

  • Campo de dispersão australasiático (maior região de espalhamento de tektitos. Sem cratera associada identificada; veja  cratera de Wilkes Land):
    • Australitos (Austrália, escuros, sobretudo pretos)
    • Indochinitos (Sudeste Asiático, escuros, sobretudo pretos)
    • Rizalitos ou Filipitos (Filipinas, escuros, sobretudo pretos com ranhuras "U" características)
    • Chinitos (China, pretos)
       
  • Campo de dispersão norte-americano (Cratera de impacto da Baía de Chesapeake, Estados Unidos, idade: 34 milhões de anos):
    • Bediasitos (Estados Unidos, Texas, pretos)
    • Georgiaitos (Estados Unidos, Geórgia, verdes)
       
  • Campo de dispersão da Costa do Marfim (cratera do Lago Bosumtwi, Gana, idade: 1 milhão de anos):
    • Ivoritos (Costa do Marfim, pretos)
       

Tal como a obsidiana, também os tectitos foram utilizados desde há milhares de anos no fabrico de utensílios, e em usos decorativos e rituais. Os impactos de meteoritos produzem também os chamados vidros de impacto. Porém, ao contrário do que sucede com os tectitos, estes não são projetados para longe da cratera, permanecendo antes nesta.