
Chelyabinsk
Individual 3.2g
- País: Chelyabinska, Russia
- Ano queda: 2013
- Classificação: Condrito LL5
- Massa total: 1 kg
- Queda observada: Sim
Chelyabinsk
O meteorito Chelyabinsk é um dos mais emblemáticos e bem documentados eventos meteóricos da história recente, com origem na impressionante explosão aérea que ocorreu em 15 de fevereiro de 2013, sobre os céus da cidade russa de Chelyabinsk, nos montes Urais. Naquela manhã gélida, um superbólido atravessou a atmosfera a altíssima velocidade, gerando um clarão mais brilhante que o Sol e uma série de ondas de choque que causaram extensos danos: mais de 7.200 prédios foram afetados e cerca de 1.500 pessoas ficaram feridas, principalmente por estilhaços de vidro. O impacto psicológico e social foi tão significativo que esse evento foi amplamente registrado por câmeras de segurança, celulares e dashcams, tornando-se um dos meteoros mais documentados da história.
Após sua fragmentação na atmosfera, os restos do meteoro foram espalhados por uma ampla área ao redor de Chelyabinsk, principalmente a oeste da cidade. Os fragmentos menores caíram com velocidade terminal, como se fossem pedras caindo de um arranha-céu, deixando buracos visíveis na neve, muitos dos quais foram seguidos por moradores locais e crianças em busca dos pequenos pedaços escuros do céu. Esses primeiros achados serviram como amostras valiosas para estudo e também se tornaram cobiçados entre colecionadores do mundo todo.
Um dos locais mais emblemáticos da queda foi o Lago Chebarkul, onde um grande buraco de cerca de 6 metros de diâmetro surgiu no gelo, indicando o provável impacto de um fragmento mais significativo. Cientistas russos realizaram coletas ao redor do buraco e recuperaram 53 amostras, sendo a maior com 5 kg. Investigações posteriores utilizando imagens magnéticas revelaram a presença de um grande meteorito de cerca de 60 cm de largura, enterrado na lama no fundo do lago. Após uma complexa operação iniciada em 10 de setembro de 2013, o fragmento de 540 kg foi finalmente recuperado em 16 de outubro do mesmo ano, tornando-se o maior exemplar do evento de Chelyabinsk.
Esse fragmento gigante foi levado para análises científicas e, posteriormente, exposto no Museu Estadual de História Local de Chelyabinsk, gerando comoção pública e até a criação da inusitada “Igreja do Meteorito de Chelyabinsk”, cujos seguidores protestaram pela devolução da “rocha sagrada” à natureza. A massa total conhecida de outros sete fragmentos encontrados na região soma 84,4 kg, tornando Chelyabinsk um dos meteoritos com maior número de espécimes cientificamente estudados e coletados nos últimos tempos.
Do ponto de vista científico, o Chelyabinsk é classificado como um condrito ordinário LL5, com grau de choque significativo. Ele fornece informações preciosas sobre a composição e a estrutura de asteroides de médio porte, sendo um exemplo raro de meteorito moderno com documentação completa desde sua entrada na atmosfera até a recuperação de múltiplos fragmentos. A combinação de sua origem dramática, ampla distribuição, excelente estado de preservação e histórico detalhado faz com que cada fragmento de Chelyabinsk represente não apenas uma amostra extraterrestre, mas também um marco histórico da relação entre a Terra e os corpos celestes.
Ter um fragmento do meteorito Chelyabinsk em uma coleção é possuir parte do evento meteórico mais marcante do século XXI, uma relíquia cósmica que caiu diante dos olhos do mundo e mudou para sempre a forma como encaramos os riscos de impactos espaciais. Com forte valor científico, histórico e simbólico, o Chelyabinsk é uma peça incomparável — ideal para museus, instituições de pesquisa e colecionadores que buscam algo verdadeiramente significativo e impactante, em todos os sentidos da palavra.
Compilação do video do meteoro:
Compilação da onda de choque:

Condrito
Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.
Classificação Petrológica dos Condritos
Ausentes 1 |
Esparsos 2 |
Abundantes Distintos 3 |
4 | Indistintos 5 |
6 | ||
Ordinários(OC) |
H |
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L |
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LL |
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Carbonaceos (C) |
CI |
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CM |
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CR |
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CO |
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CV |
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CK |
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Rumuritos (R ) |
R |
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Estantitos (E) |
EH |
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EL |
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Condritos Ordinários (OC)
Condritos Enstatitos (E)
Condritos Rumurutitos (R)
Condritos Carbonáceos (C)
Teoria de formação dos côndrulos:
A teoria mais aceita diz que os côndrulos seriam a poeira que ficava mais próxima ao Sol e que, quando ele começou a produzir calor acabou derretendo e formou pequenas gotículas que depois foram sopradas pelo vento solar e acabaram se resfriando e se misturando com o resto da poeira e com os flocos de metal (que originaram a matriz dos meteoritos). Outra teoria mais recente diz que o aquecimento também pode ter ocorrido devido a indução de correntes elétricas na poeira (que tinha alta resistência e por isso aqueciam) devido ao forte campo magnético do Sol. Mais estudos estão sendo feitos, mas é possivel que ambos os efeitos possam ter ocorrido.