Caiapônia
Fatia 0.66g
- País: Brasil
- Ano achado: 2013
- Classificação: Siderito IAB-MG
- Massa total: 0,01283 kg
- Queda observada: Não
Caiapônia
História: O meteorito foi encontrado por Hernane Villela de Andrade na zona rural de Caiapônia, estado de Goiás, em julho de 2013. Hernane encontrou uma pedra que parecia pesada para seu tamanho e a levou para casa.
Características físicas: Foi encontrada uma massa alongada pesando 12,68 kg medindo 15 × 30 cm e outra massa pesando 150 g
Petrografia: (M.E. Zucolotto MN/UFRJ; A. Tosi, IGEO/UFRJ) O meteorito não apresenta sinais de crosta de fusão ou zonas termicamente afetadas e seu interior está preservado. A superfície gravada apresenta estrutura recristalizada com grãos poligonais irregulares com ângulo típico de 120º. Numerosos nódulos dispersos de cohenita e grafite com penetração de carbono ao longo do limite menor do grão de kamacita e uma profusa dispersão de minúsculas partículas pretas disformes de carboneto em alguns grãos de kamacita se assemelham a ligas artificiais, exceto pela presença de cristais de schreibersita e rabdita. Os fosfetos ainda estão intactos e monocristalinos, sem bordas de reação com a kamacita, indicando que o meteorito foi brevemente reaquecido acima de 600ºC para que a kamacita recristalize completamente, com o carbono se difundindo pelos grãos de kamacita. Eventos de choque posteriores formaram uma nova geração de linhas de Neumann diversamente orientadas entre as estruturas recristalizadas.
Geoquímica: (M. S. Navarro, J. Enzweller, A. P. Crósta, A. L. R. Moutinho, DGRN/Unicamp) Norte do Chile (Filomena) como padrão. LA-ICP-MS em fases metálicas rende: Ni = 5,77±0,39 (10), Co = 0,47±0,01 (10) (% em peso); Ir = 3,67±1,30 (10), Ga = 80,4±8,2 (10), Ge = 298±26 (10), As = 14,2±1,9 (10), Cu = 111±11 (10), Au = 1,59±0,12 (10), W = 2,77±0,47 (10), Pd = 2,75±0,26 (10), Pt = 7, 11±1,53 (10), Rh = 1,54±0,24 (10) e Ru = 14,6±1,1 (10) (todos ?g/g). (A. Tosi, IGEO/UFRJ). A análise por microssonda eletrônica produz: kamacite Ni = 5,96±0,13, Co = 0,44±0,01 (% em peso, n=15). Schreibersita: Fe = 55,89±2,09, Ni = 26,67±4,81, P = 13,06±2,67 (% em peso, n = 7)
Classificação: Ferro, IAB-MG. A composição química dos meteoritos está plotada no campo do IAB-MG segundo Wasson e Kallemeyn (2002).
Siderito
Assim como os acondritos, os sideritos são provenientes de corpos parentais cuja matéria primordial sofreu diferenciação. Este material, originário da nebulosa que formou o sistema solar e presente nos meteoritos condritos, sofreu a ação gravitacional ao longo de bilhões de anos dando origem a todos os corpos que conhecemos hoje no sistema solar como o sol, planetas, asteróides, etc. Os sideritos são meteoritos provenientes do núcleo desses corpos parentais onde o material mais pesado se concentrou como o Ferro e Níquel. Apesar de haver um grande número de meteoritos ferrosos já catalogados, a grande maioria não teve a sua queda observada. Somente uma pequena parcela das quedas observadas corresponde a meteoritos sideritos, a grande maioria é representada pelos condritos. Levando-se a conclusão que os meteoritos ferrosos são relativamente mais raros que os rochosos em nosso sistema solar.
Classe estrutural
|
Símbolo
|
Camacita [mm]
|
Níquel
[%] |
Grupo químico relacionado
|
Hexaedritos
|
H
|
> 50
|
4.5 – 6.5
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Muito Grosseiro
|
Ogg
|
3.3 – 50
|
6.5 – 7.2
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Grosseiro
|
Og
|
1.3 – 3.3
|
6.5 – 8.5
|
IAB, IC, IIE, IIIAB, IIIE
|
Octaedrito Médio
|
Om
|
0.5 – 1.3
|
7.4 – 10
|
IAB, IID, IIE, IIIAB, IIIF
|
Octaedrito Fino
|
Of
|
0.2 – 0.5
|
7.8 – 13
|
IID, IIICD, IIIF, IVA
|
Octaedrito Muito Fino
|
Off
|
< 0.2
|
7.8 – 13
|
IIC, IIICD
|
Octaedrito Plessítico
|
Opl
|
< 0.2
|
9.2 – 18
|
IIC, IIF
|
Ataxito
|
D
|
-
|
> 16
|
IIF, IVB
|