Santa Catharina
Fatia 1.73g
- País: Brasil
- Ano achado: 1875
- Classificação: Siderito Não agrupado
- Massa total: 7000 kg
- Queda observada: Não
Santa Catharina
O meteorito de Santa Catarina foi descoberto por Manoel Gonçalves Rosa em 1875 na Ilha de São Franciso do Sul. O Sr. Rosa julgando tratar-se de uma mina de ferro tirou concessão para explorá-la, tendo enviado todo o metal para a Inglatera, onde foi fundido para a extração de níquel. Uma amostra foi enviada para o Rio de Janeiro e quando foi descoberto que se tratava de um meteorito, a mina já havia sido esgotada. No livro de Rendas de São Franciso do Sul consta que sairam 25.000 Kg sendo que o bloco maior pesava 2.250kg.
Uma vez que o meteorito continha uma quantidade bem maio de níquel que os outros meteoritos e ausência de estrutura de widmanstatten, por muitos anos este meteorito foi motivo de discussão no meio científico. Devido as características do mesmo e ao alto estado de oxidação, comparavam-no ao ferro nativo de Ovifak, sendo que muitos especialistas não aceitavam sua natureza meteorítica.
O meteorito apresenta outra característica que o diferencia dos demais que era o magnetismo que no estado natural era fraco mas que aumentava consideravelmente com o aquecimento. Foi investigado por Lawrence Smith e Becherel que concluiram que a massa não poderia ter sido submetida a grande calor.
A maior massa pesava 2.56 toneladas e media 1m x 0.8m x 0.5m e inúmeros outros fragmentos menores foram recuperados, a maioria destes não passando de material alterado pelo intemperismo. O núcleo metálico preservado, quando polido e atacado por nital 1-2% fica bem escura e não mostra estrutura de widmanstatten, e nem outra estutura.
Algumas vezes escurece tanto que encobre outros detalhes. A taenita não mostra estrutura a não ser a densa presença de planos de deslizamenteo que podem ser melhores observados nos contornos de grãos.
Em amostras maiores pode-se notar que o meteorito é policristalino com grãos individuais de austenita entre 2-8cm. Os grão são separados por veios de troilita. Não apresenta kamacita a não ser como partículas menores (1-3 um) ao redor de inclusões de shreibersita, que pode ter sido transformada totalmente em produtos de oxidaçao terrestre.
A troilita é bastante comum como veios de contornos de grãos e como nódulos no interior, cobrindo de 5 a 10% da área, se apresentando bastante alterada pelo intemperismo, muitas vezes se trnasformando em pentlandita. A schreibersita se apresenta como roseta, como cristais esqueléticos ou como cristais de rabditas.
O alto teor de níquel fez com que este meteorito fosse melhor estudada a taenita e diversas fases associadas a ela como tetratenita, fase ordenada Fe-Ni 50%-50% e a antitaenita (Ni <=30%). As análises químicas dão 35.3% Ni, 0.2% P, 1.8 S, 5.4 ppm Ga, 9.6 ppm Ge, 0.02ppm Ir (Buchwald 1975). 33.62% Ni, 5.3 ppm Ga, 9.1 ppm Ge, 0.02 ppm Ir (Wasson e Schaudy 1971), não permitindo incluí-lo em nenhum grupo químico.
O meteorito de Santa Catharina é um meteorito ataxito, D, anômalo com uma idade terrestre bem avançada, policristalino.
Fonte: Meteoritos: Cofres da Nebulosa Solar, Scorzelli, Varela, Zucolotto.
Siderito
Assim como os acondritos, os sideritos são provenientes de corpos parentais cuja matéria primordial sofreu diferenciação. Este material, originário da nebulosa que formou o sistema solar e presente nos meteoritos condritos, sofreu a ação gravitacional ao longo de bilhões de anos dando origem a todos os corpos que conhecemos hoje no sistema solar como o sol, planetas, asteróides, etc. Os sideritos são meteoritos provenientes do núcleo desses corpos parentais onde o material mais pesado se concentrou como o Ferro e Níquel. Apesar de haver um grande número de meteoritos ferrosos já catalogados, a grande maioria não teve a sua queda observada. Somente uma pequena parcela das quedas observadas corresponde a meteoritos sideritos, a grande maioria é representada pelos condritos. Levando-se a conclusão que os meteoritos ferrosos são relativamente mais raros que os rochosos em nosso sistema solar.
Classe estrutural
|
Símbolo
|
Camacita [mm]
|
Níquel
[%] |
Grupo químico relacionado
|
Hexaedritos
|
H
|
> 50
|
4.5 – 6.5
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Muito Grosseiro
|
Ogg
|
3.3 – 50
|
6.5 – 7.2
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Grosseiro
|
Og
|
1.3 – 3.3
|
6.5 – 8.5
|
IAB, IC, IIE, IIIAB, IIIE
|
Octaedrito Médio
|
Om
|
0.5 – 1.3
|
7.4 – 10
|
IAB, IID, IIE, IIIAB, IIIF
|
Octaedrito Fino
|
Of
|
0.2 – 0.5
|
7.8 – 13
|
IID, IIICD, IIIF, IVA
|
Octaedrito Muito Fino
|
Off
|
< 0.2
|
7.8 – 13
|
IIC, IIICD
|
Octaedrito Plessítico
|
Opl
|
< 0.2
|
9.2 – 18
|
IIC, IIF
|
Ataxito
|
D
|
-
|
> 16
|
IIF, IVB
|