Sobre Andre Moutinho
Bem-vindo a Página do Moutinho! Essa pagina surgiu inicialmente para divulgar meu trabalho na área de astronomia amadora, com foco principal em astrofotografia. Após surgir meu interesse nos meteoritos ela acabou expandindo para tratar também dessa temática. Nessa página você vai encontrar artigos relacionados à astronomia amadora e agora principalmente sobre os meteoritos. Há seções que exibem as peças da minha coleção e uma área de venda. A ideia das vendas de meteoritos da minha coleção foi permitir que minhas atividades na área da meteorítica se auto financiasse. Com esses recursos financio minhas pesquisas na área, que é despendiosa envolvendo viagens pelo Brasil, além de permitir adquirir novos meteoritos para pesquisa e coleção. Atuo fortemente em pesquisa da área, tendo já descoberto, classificado e oficializado diversos meteoritos brasileiros em parceria com as principais instituições focadas nesse tema como o Museu Nacional, Universidade de Campinas (UNICAMP) e Universidade de São Paulo (USP). Um resumo sobre como são feitas as pesquisas e os meteoritos estudados pode ser consultado nesse link: https://www.meteorito.com.br/page/analise
Introdução
Natural de São José dos Campos, interior de São Paulo, possuo formação em técnico eletrônico (1995), engenharia de computação pela UNICAMP (2000), mestre em ciências pelo ITA (2005), MBA em gestão empresarial pela FGV (2007) e certificação em Engenharia de Sistemas pela INCOSE (2024). Atualmente trabalho em software embarcado critico aeronáutico com foco em requisitos e arquitetura utilizando DO-178C na EMBRAER, atualmente no projeto do carro voador (EVE-100). Também tenho a licença de Piloto Privado de avião e estou cursando o curso de Piloto Comercial.
Desde cedo, paralelo às áreas de sua formação profissional como eletrônica e computação, já possuia interesse pela aeronáutica, astronáutica, astronomia, ciências naturais como geologia e paleontologia, fotografia e construção de telescópios.
Sou astrônomo amador e astrofotógrafo, tendo uma astrofoto já publicada pela revista Astronomy. Também tenho participação ativa na comunidade de astronomia amadora por meio de grupos de discussão e um website que criara para divulgar suas astrofotografias e disponibilizar alguns artigos na área de astronomia amadora.
Início na Meteorítica
Minha atuação na área da meteorítica surgiu naturalmente da fusão de seu interesse em astronomia e geologia. Nasceu de maneira despretensiosa pela aquisição em 2007 de um pequeno meteorito chamado Sikhote-Alin. Ficou fascinado com a possibilidade de literalmente, “tocar as estrelas”. Minha relação com os objetos celestes até então só era feita de maneira fria e distante através de telescópios. Poder tocar um objeto que há pouco tempo ainda estava em uma órbita distante da Terra abriu um leque de possibilidades.
Meteoritos costumam ser caros e formar uma coleção deles é algo um tanto dispendioso. Aproveitando uma lacuna na época relacionada à disponibilidade de meteoritos no mercado nacional, pois o único fornecedor à época literalmente “metia a faca”, comecei a disponibilizar meteoritos no mercado nacional para financiar minha própria coleção e pesquisa. Para tanto alterei o domínio do seu já existente website para http://www.meteorito.com.br e adaptei seu conteúdo, que até então era focado em astronomia amadora e astrofotografia, para também englobar sua coleção de meteoritos, artigos relacionados à meteorítica e também uma seção onde pudesse disponibilizar os espécimes para venda.
Sou membro da International Meteorite Collectors Association (IMCA). Importante associação internacional que congrega colecionadores e comerciantes de meteoritos ao redor do globo com a principal missão de garantir a autenticidade dos espécimes comercializados e intercambiados. Nessa época, com a Internet já muito bem estabelecida, comecei a criar uma rede de relacionamentos ao redor do mundo, que permitiu que pudesse encontrar e adquirir muitos espécimes para minha coleção e também me tornar uma referência na área da meteorítica no Brasil.
Meu foco no colecionismo de meteoritos sempre foi para os meteoritos brasileiros. Desafio instigado devido à raridade dos meteoritos nacionais, pois muitos somente são encontrados em museus e, no pior caso, não encontrados literalmente em lugar algum. Com muito esforço e dedicação para rastrear, adquirir e realizar trocas com alguns dos principais museus e coleções do mundo como o Smithsonian, Arizona State University (ASU), Universidade do Novo México e mesmo o Museu Nacional.
O Brasil é um país de dimensões continentais, porém possui uma quantidade muito pequena de meteoritos conhecidos. Durante a elaboração deste texto estavam oficializados no banco de dados do Meteoritical Bulletin apenas 77 meteoritos brasileiros (atualização: em 2022 há 87 meteoritos) . Por sua vez, os Estados Unidos, com uma dimensão continental inferior a do Brasil possui a incrível quantidade de 2195 meteoritos. Alguns fatores contribuíram para o enorme avanço da meteorítica nos EUA, mas o principal fator se deve a Harvey Ninninger, que em sua autobiografia intitulada Finding a Falling Star, descreve uma vida de dedicação à meteorítica. Ninninger descobriu que meteoritos não eram tão raros como se pensava na época e através de um incrível trabalho de divulgação e educação das pessoas do campo conseguiu descobrir dezenas de novos meteoritos. Minha pesquisa na área da meteorítica foi suportada graças aos recursos financeiros da venda de parte dos meteoritos que descobrira. Fui um dos fundadores da Sociedade Meteorítica, e sua coleção particular se tornou base de duas grandes coleções institucionais.
Inspirado pelos trabalhos de Ninninger e alguns outros caçadores de meteoritos contemporâneos como o americano Robert Haag e o baiano Wilton Carvalho, e também pelo fato de morar em um país de dimensões continentais e aparentemente com um déficit enorme na descoberta de novos meteoritos, fui atraído pela possibilidade de também poder contribuir com a meteorítica brasileira.
Trabalhos em quedas
Um fato que impulsionou meu caminho como “caçador de meteoritos” foi a incrível queda do meteorito Varre-Sai ocorrida na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo em 2010. Ainda com pouco tempo e experiência na área, realizei um trabalho sistemático de busca no local da queda em parceria com o experiente caçador de meteoritos norte-americano chamado McCartney Taylor.
Desde 2010 até o presente momento, realizei trabalho de busca e pesquisa em praticamente todas as quedas de meteoritos ocorridas no Brasil: meteorito Varre-Sai na divisa entre o Rio de Janeiro e Espirito Santos (2010), queda do meteorito Vicência em Pernambuco (2013), queda do meteorito Porangaba em São Paulo (2015), quedas dos meteoritos Três Irmãos na Bahia e Serra Pelada no Pará (2017). No exterior realizei um trabalho em parceria com o governo local de Aiquile, na primeira queda observada da Bolívia (2016). Santa Filomena e. Pernambuco (2020) e Portelândia, estado de Goiás (2022). Em alguns casos com a sorte de consegui recuperar fragmentos por meio de busca no local ou adquirindo diretamente das pessoas que presenciaram a queda.
Sr. Germano, famoso por ter presenciado a queda do meteorito Varre-sai (2010)
Sr. Adeildo, de quem adquiriu o meteorito Vicência (2013)
Após atolar o carro na caçada do meteorito Porangaba com a Elizabeth Zuculotto (2015)
Fragmento do meteorito Porangaba achado por Andre Moutinho (2015)
Caçando em um dos morros do local da queda de Aiquile com um local (2016)
Fragmento do meteorito Aquile achado por Andre Moutinho (2016)
Caça ao meteorito Tres Irmaos (2017)
Com Wilton Carvalho e Elizabeth Zucolotto com o meteorito Tres Irmaos (2017)
Pausa na caçada do meteorito Sera Pelada para procurar ouro com a batéia (2017)
Primeiro fragmento do meteorito Santa Filomena achado por Andre Moutinho (2020)
Fragmento do meteorito Santa Filomena achado por Andre Moutinho (2020)
Fragmento de 2.2g do meteorito Santa Filomena achado por Andre Moutinho (2020)
No telhado onde caiu o meteorito Portelândia (2022)
Trabalhos em achados
Além das quedas observadas, também realizei uma outra modalidade de “caçada” de meteoritos com o uso de detectores de metais em regiões de espalhamentos já conhecidas de meteoritos metálicos. Atuei em trabalhos de buscas nas áreas de espalhamento de meteoritos como: meteorito Santa Catharina na Ilha de São Francisco do Sul, meteorito São João Nepomuceno em Minas Gerais, meteoritos Itapuranga e Campinorte em Goiás, meteorito Maria da Fé em Minas Gerais e Bendegó na Bahia.
Caça do meteorito Santa Catharina (2013)
Caça do meteorito Campinorte (2013)
Caça do meteorito Itapuranga (2013)
Caçando o meteorito Maria da Fé com Marcos Seta (2014)
Caçando o meteorito Bendego (2016)
Pesquisas
Além da busca de meteoritos em campo, utilizo meu site e mídias sociais para realizar uma “caçada virtual” de novos meteoritos. Essa busca é realizada por meio da disponibilização de um serviço gratuíto de análise de amostras tanto via serviços de mensagens na Internet, como envio físico de material por correio. É um árduo trabalho no qual muitas centenas de amostras são analisadas a fim de poder encontrar um meteorito real. Por meio desse serviço encontrei em 2013 o meu primeiro novo meteorito que foi batizado de Cruz Alta, um meteorito siderito encontrado no Rio Grande do Sul, desse trabalho de pesquisa também surgiram o primeiro e segundo meteoritos do estado do Mato Grosso: os meteoritos Pontes e Lacerda e Nossa Senhora do Livramento. Meteorito Conceição do Tocantins, Augusto Pestana e o primeiro do estado da Paraiba: Nova Olinda. Todos esses já submetidos e oficializados pelo Comitê de Nomenclatura da Sociedade Meteorítica como meteoritos brasileiros.

Meteorito Cruz Alta, encontrado no Rio Grande do Sul (2013)
Meteorito Pontes e Lacerda, primeiro meteorito encontado no Mato Grosso (2014)
Meteorito Nossa Senhora do Livramento, segundo encontrado no Mato Grosso (2016) - Foto de Rodrigo Guerra
Meteorito Conceição do Tocantins, encontado no Tocantins (2021)
Meteorito Augusto Pestana, encontrado no Rio Grande do Sul (2021)
Meteorito Nova Olinda, primeiro encontrado no estado da Paraíba (2021)
Nesses trabalhos de busca de meteoritos, seja em “caçadas” de campo como “caçadas virtuais”, sempre valorizei o aspecto científico da atividade, por meio da coleta de material, disponibilização para análise e classificação, levantamento em campo das condições da queda ou achado, confecção de lâminas delgadas para análise petrográfica, análise de trajetória através de triangulações a partir de vídeos e fotos de meteoros, além de cálculo do vôo atmosférico após a fase iluminada do meteoro. Participei ainda ou contribui também para o trabalho de análise durante a classificação, submissão desses novos meteoritos ao Comitê de Nomenclatura da Sociedade Meteorítica e, em alguns casos, a publicação de artigos científicos, com destaque para o artigo “The Vicência meteorite fall: A new unshoked (S1) weakly metamorphosed (3.2) LL chondrite” publicado na conceituada revista internacional Meteoritics & Planetary Science e o artigo “Serra Pelada: the first amazonian Meteorite fell is an Eucrite (basalt) from asteroid 5-Vesta” publicado pela Academia Brasileira de Ciências.
Premiações
Em julho de 2019 fui convidado a mnistrar uma palestra sobrfe meteoritos brasileiros durante a feira de meteoritos de Ensisheim, na região da Alsácia francesa. Nesta ocasião tive a honra de receber o título de Guardião Honorário dos Amigos do Meteorito Ensisheim. Este meteorito caiu em 1492 na região rural da cidade de Ensisheim e se encontra exposto no Museu da Regência desta cidade desde o século dezesseis.
Recebendo o título de Guardião Honorário dos Amigos do Meteorito Ensisheim
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