Steinheim Basin

Fragmento 39.400g

  • Classificação: Shatter Cone Shatter Cone
  • Queda observada: Não
Steinheim Basin
A cratera Steinheim possui 3.8km de diâmetro e está localizada 42km oeste - sudoeste do centro da cratera Ries. Acredita-se que as duas crateras se formaram no mesmo momento por um impacto de um asteróide binário.
Shatter Cone

Shatter cones são estruturas geológicas únicas, formadas exclusivamente sob as altíssimas pressões e velocidades de choque geradas por impactos meteoríticos. Eles são considerados uma das evidências diagnósticas mais confiáveis para confirmar a origem de uma cratera de impacto. Nenhum outro processo geológico natural — como atividade vulcânica, tectonismo ou metamorfismo regional — é capaz de gerar essas estruturas com as mesmas características.

Visualmente, os shatter cones são caracterizados por uma série de fraturas cônicas ou subcônicas, com estrias finas que irradiam a partir do vértice do cone, lembrando a textura de uma “espinha de peixe” ou de um “cone de sorvete estriado”. Essas feições podem ter tamanhos que variam de milímetros até vários metros, dependendo da escala do impacto e do tipo de rocha-alvo. Os cones geralmente apontam em direção ao epicentro do impacto, o que permite, em estudos de campo, reconstituir a direção da onda de choque.

Do ponto de vista físico, os shatter cones se formam quando uma onda de choque supersônica atravessa a rocha-alvo, gerando tensões localizadas que excedem a resistência interna do material, resultando em fraturamentos sistemáticos com geometria cônica. A formação ocorre em pressões típicas entre 2 e 30 GPa, o que os posiciona na faixa inferior da deformação de choque — ou seja, eles são frequentemente os primeiros indícios estruturais a se desenvolver em uma rocha impactada.

Eles são mais comumente observados em rochas homogêneas e relativamente frágeis, como calcários, quartzitos, arenitos e granitos. Sua preservação é melhor em rochas pouco alteradas após o impacto. Em crateras altamente erodidas, os shatter cones podem ser o único indício remanescente da colisão, sendo cruciais para identificar estruturas de impacto antigas ou soterradas.

Além de sua importância em geologia planetária e na confirmação de crateras terrestres, shatter cones também foram observados em meteoritos metálicos ou rochosos em laboratório, quando submetidos a experimentos de impacto controlado. Eles não devem ser confundidos com fraturas radiais de origem tectônica ou com cones de detonação artificial.

Na prática científica, a descoberta de shatter cones é frequentemente acompanhada por outros indicadores de impacto, como brechas de impacto, vidros fundidos e minerais de alta pressão. Entretanto, mesmo isoladamente, sua presença em afloramentos naturais já é considerada suficiente para classificar uma estrutura como "possível cratera de impacto" em estágios iniciais de investigação, de acordo com os critérios da Earth Impact Database.