Vicência

Fatia 0.22g

  • País: Brasil
  • Ano queda: 2013
  • Classificação: Condrito Ordinário LL3.2
  • Massa total: 1,54 kg
  • Queda observada: Sim
R$ 143,00
Vicência

A queda ocorreu em 21 de setembro de 2013, aproximadamente às 15:00 (18:00 UTC), na vila de Borracha perto de Vicência, Pernambuco, Brasil. Caiu a menos de 1 metro do Sr. Adeildo Silva. O Sr. Adeildo Silva afirmou que quando pegou o meteorito logo após a queda, um lado estava quente e o outro frio. Comprado por Maria E. Zucolotto e André Moutinho em 30 de setembro de 2013.

Artigo "The 2013 Vicencia Meteorite - Field Report" escrito para a revista Meteorite Magazine:

Este evento de outono muito interessante ocorreu em um pequeno distrito de Vicencia chamado Borracha. Vicência é uma pequena cidade localizada a cerca de 120 km da cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco, no noroeste do Brasil. Segundo os moradores, a Borracha recebeu esse nome curiosamente porque cresceu muito rápido se esticando como a borracha, que significa Borracha em português.

O Sr. Adeilson trabalhava em frente a sua modesta marcenaria no povoado Borracha numa ensolarada segunda-feira, dia 21 de setembro. Em determinado momento, por volta das 15 horas, ele parou para pegar algo no chão e de repente ouviu um barulho muito alto de algo que acabara de atingir o chão próximo a ele. Ele não sabia o que havia acontecido, mas logo notou uma rocha preta muito estranha em um pequeno poço a apenas cerca de 1 metro dele (ele nos disse que mediu a distância de onde estava e do poço do meteorito com uma fita métrica e isso pode ser visto em alguns vídeos do youtube). Seu Adeilson pegou a pedra quase martelada que poderia tê-lo matado e notou que um lado da pedra ainda estava quente e o outro frio.

Muitos vizinhos estavam em frente de suas casas e presenciaram o evento do impacto percebendo apenas o barulho alto do impacto do meteorito no solo. Como de costume, nada na zona de impacto foi ouvido ou visto no ar, exceto o impacto do impacto no solo. Um ou dois deles estavam no local exato do impacto há poucos minutos.

Eu tinha acabado de chegar em casa de mais um dia de trabalho duro na sexta-feira, 27, e li algumas notícias quentes na Internet sobre a possível queda de um novo meteorito no Brasil. De acordo com essas notícias, apenas um meteorito poderia ter causado tal evento. Liguei imediatamente para a Dra. Elizabete Zucolotto, pesquisadora de meteoritos e curadora do NM brasileiro. Ela também leu a notícia e não teve dúvidas de que poderia ser meteorito. Tivemos que ir para aquele local imediatamente. Compramos as passagens aéreas para Recife naquela mesma noite e viajamos no dia seguinte.

Chegando em Recife alugamos um carro e seguimos para Vicência e depois para o povoado Borracha. No caminho da cidade de Vicência para a vila começamos a notar que as montanhas estavam cobertas de plantações de cana-de-açúcar e começamos a notar que encontrar mais pedaços desta queda poderia ser mais difícil do que Varre-sai. Pelo menos em Varre-sai havia algumas pastagens para procurar. A entrada da vila fica perto de uma usina de álcool. Encontrar a vila também foi difícil, pois não havia sinal no caminho e tivemos que perguntar a muitas pessoas que encontramos no caminho. Muitos estavam bêbados e pensávamos que o canavial era apenas para uso local.

A aldeia é basicamente uma estrada com casas em ambos os lados e uma pequena igreja. Curiosamente a primeira pessoa que encontramos naquela vila foi o Sr. Adeilson em frente a sua marcenaria que reconheci pelos vídeos e fotos. Como aconteceu em Varre-Sai com o Sr. Germano, o Sr. Adeilson já era uma pessoa famosa naquele pequeno vilarejo e já havia dado algumas entrevistas para emissoras de TV e rádios locais. Felizmente a pedra ainda estava com ele, apesar de ter recebido muitas ofertas para vender, mas recusou. A primeira oferta mais baixa que recebeu foi de um morador local que ofereceu uma motocicleta nova.

No local do outono fizemos entrevistas em vídeo com o Sr. Adeilson e alguns vizinhos que presenciaram o evento de outono. Foi difícil até para nós que somos portugueses em algum momento entender o que o Sr. Adeilson falava por causa de seu sotaque forte. Então perguntamos a ele se podíamos ver a rocha. Ele concordou e nos levou até sua modesta casa perto da marcenaria. Segurando a pedra não havia dúvidas de que era um lindo meteorito super fresco que havia caído há menos de uma semana e foi recuperado ainda quente do chão! Tiramos fotos e conversamos com várias pessoas que estavam em frente a casa do Sr. Adeilson atraídas pelo aviso de visitantes do espaço sideral que se espalhou como fogo. Não havia condições de tentar comprar a pedra naquele momento e decidimos sair da casa do Sr. Adeilson e nos dirigir novamente para a área da queda para tentar procurar nas montanhas próximas cobertas de plantações. Também usamos o melhor método eficaz de recuperação de meteoritos: ensinar os locais a encontrar meteoritos e oferecer-lhes uma recompensa.

Outra coisa que deve ser feita é tentar descobrir a direção do bólido do meteorito e a possível área de campo espalhada. Para isso, tentamos entrevistar outros moradores mais distantes da zona de impacto e descobrir se alguém havia visto o bólido ou ouvido a explosão no ar. Ninguém viu nenhum sinal do bólido ou fumaça no ar, mas temos algumas pistas de que algum barulho pode ter sido ouvido em uma cidade próxima. Já era tarde naquele primeiro dia e tínhamos que encontrar algum hotel para dormir. Certamente não havia hotel naquela pequena vila e fomos no entardecer para aquela cidade próxima que alguém disse que as pessoas poderiam ter ouvido algo.

Eu estava dirigindo a caminho daquela cidade e nosso carro foi subitamente atingido por algo na janela lateral do Zucolotto fazendo um barulho alto. Zucolotto gritou: fomos atingidos! Imediatamente ela percebe alguns pedaços de pedra em seu colo e no chão do carro. Como isso pode ter acontecido? Reparei então que o meu vidro lateral estava aberto e percebemos que alguém, possivelmente de uma moto com o farol apagado, tentou catapultar uma pedra do meu vidro lateral que estava aberto. Certamente para nos atacar! Felizmente, a pedra não atingiu meu rosto e se chocou contra a janela lateral de Zucolotto. Corremos como loucos para a cidade vizinha e ficamos lá naquela noite.

No dia seguinte, recuperados da assustadora experiência da noite anterior, voltamos a Vicência e conversamos com o prefeito daquela cidade. Demos a ele uma explicação sobre o meteorito e Zucolotto disse que forneceria à cidade uma réplica do meteorito que caiu em Borracha e também voltaria no próximo mês para ajudar a organizar uma exposição de meteoritos naquela cidade se pudéssemos comprar o meteorito de o dono. Após conversar com o prefeito foi então a vez de retornar à casa do Sr. Adeilson para tentar comprar o meteorito. Felizmente ele estava em casa e depois de colocar pilhas de dinheiro que talvez tivesse que trabalhar anos para ganhar e a promessa de que a cidade receberia uma réplica do meteorito resolveu me vender o meteorito. A esposa do Sr. Adeilson estava muito doente com depressão e eu realmente acredito que este presente do céu será de grande valia para eles.

Condrito

Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.

A grande maioria das quedas observadas e coletadas é constituída de meteoritos condritos. Porém, em relação aos registros de meteoritos achados e cuja queda não foi presenciada, os meteoritos ferrosos ou sideritos se destacam. Isso deve ao fato de que os sideritos serem mais facilmente identificados e manterem seu aspecto exterior diferenciado por mais tempo em relação às rochas terrestres do que os condritos. Os condritos sofrem muito mais a ação do ambiente terrestre e ao longo do tempo após a sua queda tem seu aspecto externo cada vez mais desgastado e passam a serem confundidos com as rochas terrestres, dificultando o seu achado.
Além do aspecto relativo à sua conservação ao longo do tempo a estrutura dos condritos ainda oferece certa dificuldade para a busca em relação aos sideritos. Um dos principais métodos para procurar meteoritos cuja queda não foi observada é através de detectores de metais. Os meteoritos ferrosos ou sideritos apresentam uma resposta bem mais significativa a esses instrumentos do que os condritos. Apesar da constituição dos condritos não ser formada quase que integralmente de ferro como os sideritos, em seu interior ainda encontramos pequenos grãos de ferro-níquel que ficam evidentes em uma amostra de condrito cortada e polida contra a luz. Essa pequena quantidade de metal ainda é capaz de sensibilizar detectores de metais ou imas. Assim, um bom indicativo quando se esta testando uma amostra que possa ser um condrito é verificar se a mesma atrai levemente um pedaço de imã.
Juntamente com a liga ferro-níquel, os minerais Olivinas e Piroxinas são os principais constituintes dos meteoritos condritos. A pequena quantidade de ferro varia de condrito para condrito e é utilizada como um dos parâmetros para sua classificação, assim como o grau de diferenciação dos côndrulos em seu interior. Essa diferenciação se deve ao fato do material ter sofrido aquecimento em algum estagio de sua existência. Quanto maior o aquecimento, menos perceptivos e dispersos serão os côndrulos em sua matriz e vice-versa. O estudo da composição mineralógica e formação recebe o nome de análise petrográfica. A grande maioria dos meteoritos condritos é classificada por esses dois critérios: quantidade de ferro e grau de diferenciação dos côndrulos. 
Classificação Petrológica dos Condritos 
  Ausentes
1
Esparsos
2
Abundantes Distintos
3
4 Indistintos
5
6

Ordinários(OC)

H

 

 

       

L

 

 

       

LL

 

 

       

Carbonaceos (C)

CI

 

 

 

 

 

 

CM

 

 

 

 

 

 

CR

 

 

 

 

 

 

CO

 

 

 

 

 

 

CV

 

 

 

 

 

 

CK

 

 

 

 

 

 

Rumuritos (R )

R

 

 

 

 

 

 

Estantitos (E)

EH

 

 

 

 

 

 

EL

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condritos Ordinários (OC)
Os condritos ordinários (OC), correspondendo a cerca de 85% das quedas observadas, podem ser do tipo: H (muito ferro), L (pouco ferro) e LL (muito pouco ferro) seguidos de um índice que indica o grau de diferenciação dos côndrulos de 3 a 6. Sendo o grau 3 os que apresentam côndrulos distintos e o grau 6 praticamente imperceptíveis. A tabela abaixo indica as possíveis classificações dos condritos ordinários.
Condritos tipo H: 38% das quedas observadas são condritos do tipo H. Esse grupo apresenta entre 25 a 31% de ferro por peso do meteorito. Devido a grande quantidade de ferro, esse é o tipo que mais facilmente é atraído por imãs. Além da alta proporção de metal, esse tipo de meteorito é composto por quantidades iguais dos minerais olivinas e piroxinas.
Condritos tipo L: É o tipo mais comum de condrito representando 46% das quedas de condritos observadas. Apresentam entre 20 a 25% de ferro em sua constituição. Ao contrário dos condritos tipo H, os condritos tipo L não atraem tão fortemente os imãs.
Condritos tipo LL: É o tipo mais incomum entre os condritos ordinários com somente cerca de 8.5% das quedas observadas. Contém a menor quantidade de ferro entre 19 a 22% em seu interior.
Todos os Condritos Ordinários tem variação petrológica entre 3 e 6.
Alem dos condritos ordinários, que representam a grande maioria dos condritos, ainda encontramos alguns tipos mais raros como os Condritos E, R e Carbonáceos.
Condritos Enstatitos (E)
Condritos tipo E são raros representando cerca de 2 % dos meteoritos rochosos. Foram formados em um ambiente com pouco oxigênio, uma vez que a elemento ferro se apresenta de maneira isolada como metal ou associada ao enxofre na forma do mineral troilita (FeS). O minério piroxina é constituído dos elementos (Ca, Mg, Fe)+2 associados a cadeia SiO3-2 . Quando a piroxina apresenta em sua cadeia somente o elemento Mg, recebe o nome de enstatita. 65% desse meteorito é formado por enstantita, daí a sua classificação como Condrito Enstantito (E). Ainda há duas subclassificações para o condrito tipo E. Condrito tipo E com baixa (EL) e alta (EH) quantidade de ferro. Devido à ausência do elemento O, sugere-se que a formação desse tipo de meteorito ocorreu próximo ao sol em relação aos meteoritos ordinários, provavelmente dentro da órbita de mercúrio.
Condritos Rumurutitos (R)
Tipo de condrito classificado mais recentemente em relação aos outros tipos. Recebe a classificação R devido ao primeiro tipo ter sido descoberto em 1934 próximo a Rumuruti, na região sudoeste de Quênia. Os condritos R são brechas (formações de fragmentos grandes e angulosos, em meio de uma cimentação composta de material mais fino) constituídas por fragmentos claros em uma matriz escura de grãos finos. Condritos R são levemente atraídos por imãs. É o tipo de condrito que tem a maior parcela de Ferro oxidado (essencialmente livre de ferro metálico), oposto ao condrito tipo (E)
Condritos Carbonáceos (C)
Raro tipo de condrito composto de material orgânico e primitivo. Apesar de seu pouco apelo estético são os mais interessantes, pois apresentam dicas fundamentais para a origem da vida. Sua composição química é a mais complexa e varia enormemente em relação aos condritos ordinários. Sua estrutura interna varia desde o tipo petrológico 1 ao 6 (côndrulos altamente distintos até praticamente indistintos). A principal característica de todos os condritos carbonáceos é a presença de minerais relacionados à água que, em alguns espécimes, penetrou em seu interior logo após sua formação. Essa água reage com os minerais internos formando silicatos hidratados muito frágeis. Por isso os carbonáceos encontrados são geralmente quedas observadas e coletados logo após, pois se degeneram rapidamente em ambiente terrestre. Foram encontrados seis tipos de meteoritos carbonáceos e são designados pela letra C seguida da letra correspondente ao local onde foi encontrado o primeiro exemplar.
Carbonáceo CI: Sua designação I deriva do meteorito Ivuna encontrado em 1938 na Tanzânia. Tipo petrológico 1 (CV1). É o tipo mais frágil, pois é o que apresenta maior quantidade de água em sua constituição (20%). Quando aquecido em um recipiente fechado, forma-se vapor de água provenientes do seu interior. Nove registros de meteoritos CI estão presentes em 2009 no Meteoritical Bulletin Database.
Carbonáceo CM: Sua designação provém do meteorito Mighei, cuja queda ocorreu em 1889 na Ucrânia. Apresenta tipo petrológico 2 (CM2) e contém menos água que o tipo CI (10%) e. É o tipo mais abundante de carbonáceo encontrado com 355 registros em 2009 no Meteoritical Bulletin Database. O famoso meteorito Murchison é um exemplar conhecido de carbonáceo CM2.
Carbonáceo CV: Designação proveniente do meteorito Vigarano, cuja queda se deu na Itália em 1910. É o carbonáceo que possui maior familiaridade de constituição e estrutura em relação aos condritos ordinários. Apresentam menos água em seu interior e, desta maneira, são mais resistentes ao ambiente terrestre. Exibe classificação petrológica 3 (CV3) com côndrulos altamente definidos de 1 mm ou maior em diâmetro compostos de olivinas ricas em magnésio. A característica mais marcante dos condritos CV3 é a presença de inclusões grandes e irregulares em sua matriz cinza. Essas inclusões são denominadas CAI (Inclusões de Cálcio e Alumínio). O mais famoso exemplar desse tipo de carbonáceo é o Allende que caiu no México em 1969, espalhando cerca de 2 toneladas de material em Chihuahua.
Carbonáceo CO: Sua designação é proveniente do meteorito Ornans, que caiu na França em 1868. Possui, assim como o Carbonáceo CV, tipo petrológico 3 (CO3). Diferentemente dos carbonáceos CV3, seus condrulos são minúsculos de cerca de 0.2 mm de diâmetro visíveis somente com uma lupa de aumento e estão muito mais compactados em uma mesma área em relação ao CV3. Outra característica desse tipo é a presença de grão de Ferro-Níquel espalhados em seu interior apresentando cerca de 6% do peso do meteorito.
Carbonáceo CR: Designado pelo meteorito Renazzo, cuja queda foi observada na Itália em 1924. Inicialmente classificado como CM2 tipo II, recebeu uma nova classificação devido a descobertas de novos meteoritos na Antártica. A principal característica dos condritos CR é a presença de minerais silicatos hidratados, magnética e condrulos bem definidos. O conteúdo metálico é a sua principal característica, encontrado como finos grãos entre os côndrulos. Aproximadamente 50% do meteorito apresenta grandes côndrulos com cerca de 0,68 mm de diâmetro.
Carbonáceo CK: Meteoritos que eram anteriormente classificados como CV4-5 agora recebem a denominação CK. A única queda observada foi em 1930 em Karoonda, Austrália. A maioria dos exemplares com essa classificação foi encontrada na Antártica e somente um exemplar com grande massa encontrado em Maralinga, Austrália, no ano de 1974 está disponível para os colecionadores.
Teoria de formação dos côndrulos:

A teoria mais aceita diz que os côndrulos seriam a poeira que ficava mais próxima ao Sol e que, quando ele começou a produzir calor acabou derretendo e formou pequenas gotículas que depois foram sopradas pelo vento solar e acabaram se resfriando e se misturando com o resto da poeira e com os flocos de metal (que originaram a matriz dos meteoritos). Outra teoria mais recente diz que o aquecimento também pode ter ocorrido devido a indução de correntes elétricas na poeira (que tinha alta resistência e por isso aqueciam) devido ao forte campo magnético do Sol. Mais estudos estão sendo feitos, mas é possivel que ambos os efeitos possam ter ocorrido.