Porangaba
Fragmento 0.013g
- País: Brasil
- Ano queda: 2015
- Classificação: Condrito L4
- Massa total: 0,976 kg
- Queda observada: Sim
Porangaba
Tradução Português do Meteoritical Bulletin:
Histórico: Aproximadamente 11:35am (UTC) em 9 de janeiro de 2015, um bólido brilhante foi avistado em uma grande área do estado de São Paulo, Brasil. No mesmo dia, a pessoa que submete essas informações recebeu um e-mail de P. Gama com uma foto de uma rocha de 450g descoberta por seu empregado chamado Julio C. Silva e seu filho na zona rural de Porangaba. Outra massa de 520g foi recuperada no dia segunte pelo Sr. José Maria e seu sobrinho. Em ambas as descobertas, um forte barulho foi escudado e também chamou a atenção de vizinhos. Embora alguns locais tenham percebido a queda de outras rochas próximas muito esforço foi feito na tentativa de recuperar outras massas. Somente A. Moutinho recuperou peças adicionais (2.9 e 3.5g) até o momento.
Características físicas: As maiore massas são semi-prismáticas e cobertas quase totalmenet por crosta de fusão com alguns areas desgastadas nas bordas. Das peças menores, uma é totalmente coberta com crosta de fusão, a outra apenas um lado tem crosta.
Petrografia: (ME Zucolotto, Rio) O meteorito é friável e uma superfície quebrada mostra côndrulos protuberantes bem definidas de tamanhos distintos. Na seção fina, os côndrulos exibem uma variedade de tipos (RP, POP, PP, BO, PO e C). Grãos de Fe-Ni ocupam ~ 6% da área. Troilita também está presente e, por vezes associada a kamacite e plessite. Grãos de olivina mostram extinção brusca.
Geoquímica: (A. Tosi, IGEO-UFRJ) analise por microssonda mostram uma composição de olivina e piroxênio composição equilibrados (Fa23.7 ± 0,5; n = 18), de baixa Ca piroxênio (Fs20.5 ± 0.5Wo1.0 ± 0,2; n = 16) e kamacita (Co 6,4 ± 0,5% de Ni e 0,94 ± 0,1%, n = 15)
Classificação: A média de olivina, piroxênio low-Ca e composições de kamacite indicam que Porangaba é um condrito L-grupo. Os chondrules são muito bem definidos e com homogeneidade de composição, embora eles apresentam uma matriz recristalizado clara. A ausência de grãos de plagioclásio visíveis indica o tipo petrológica 4. A rocha tem pouca característica de choque e a maioria dos grãos de olivina mostram extinção ondulante fraca, equivalente a fase de choque S2. Grãos metálico Fe-Ni não mostram sinais de alteração, em conformidade com intemperismo W0 grau. (L4, S2, W0).
Espécimes: Amostra tipo de 20 g no Museu Nacional, RJ. A massa de 450 g é mantida intacta por P. Gama, e os 2,9g e 3,5g espécimes com Andre Moutinho. A partir da principal massa de 520 g pertence a José Maria. Uma fatia desta amostra foi removida para a amostra tipo distribuídas entre alguns colecionadores particulares.
Primeiro relato do evento:
A queda ocorreu na sexta-feira 9 de janeiro às 15:35 hs aproximadamente, testemunhada por Julio Carvalho da Silva e seu filho Eduardo. Eles contam que escutaram um estampido prolongado e um som vibratório no céu antes de uma série de quedas retumbantes, uma delas presenciada por Julio Carvalho da Silva a escassos metros de distância. Logo após, se dirigiu ao local e achou uma pequena cratera de impacto (buraco na terra de uns 10 cm de diâmetro por 25 cm de profundidade, mas não teve coragem de pôr a mão. Seu filho Edu foi chamar Paulo Gama, que também tinha escutado o som, e este, com muito cuidado para verificar se a pedra não estava quente, foi o primeiro a tocá-la. (Fonte: Carlos Cornejo).
A partir desse relato no Facebook do Carlos Cornejo, foi publicado no site do Dirk Ross a notícia e divulgado na meteorite-list pelo mesmo.
Abaixo estão as fotos das peças de 2.9g e 3.5g que recuperei dessa queda.
Meteoritical Bulletin:
History: At about 11:35 am (UTC) on January 9, 2015, a daylight fireball was witnessed in a large area of São Paulo, Brazil. On the same day, the submitter received an e-mail from P. Gama with a picture of a 450 g stone recovered by his employee Julio C. Silva and his son at the rural area of Porangaba. Another mass of 520 g was recovered the next day by Mr. José Maria and his nephew. In both recoveries, a loud thunder was heard which persisted for some time as rumbling noise, that also drew the attention of neighbors. Although some inhabitants heard falling objects near them and many efforts were done in order to recover other stones, only A. Moutinho has recovered additional pieces (2.9 and 3.5 g) to date.
Physical characteristics: The two largest masses are semi-prismatic and almost fully covered by fusion crust with only small pitted corners. Of the two smallest masses, one is fully crusted, the other has only one side crusted.
Petrography: (M. E. Zucolotto, Rio) The meteorite is friable and a broken surface shows protuberant well defined chondrules of distinct sizes. In thin section, the chondrules display a variety of types (RP, POP, PP, BO, PO and C). Fe-Ni grains occupy ~6 % of the area. Troilite is also present and sometimes associated with kamacite and plessite. Olivine grains show sharp extinction.
Geochemistry:(A. Tosi, IGEO-UFRJ) Microprobe analyses show an equilibrated olivine and pyroxene composition of Olivine (Fa23.7±0.5; n=18), low-Ca pyroxene (Fs20.5±0.5Wo1.0±0.2; n=16) and kamacite (6.4±0.5 % Ni and 0.94±0.1 % Co; n=15)
Classification: The mean olivine, low-Ca pyroxene and kamacite compositions indicate that Porangaba is an L-group chondrite. The chondrules are very well defined and with homogeneity composition, although they exhibit a clear recrystallized matrix. The absence of visible plagioclase grains indicates the petrologic type 4. The rock has been very weakly shocked and most of the olivine grains shows weak undulatory extinction, equivalent to shock stage S2. Metallic Fe-Ni grains show no signs of alteration, consistent with weathering grade W0. (L4, S2, W0).
Specimens: Type specimen, 20 g at Rio. The 450 g mass is held intact by P. Gama, and the 2.9 and 3.5g specimens with Andre Moutinho. From the 520 g main mass kept by José Maria, a slice was removed from which the type specimen was obtained and some samples were distributed among many private collectors.
Condrito
Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.
Classificação Petrológica dos Condritos
Ausentes 1 |
Esparsos 2 |
Abundantes Distintos 3 |
4 | Indistintos 5 |
6 | ||
Ordinários(OC) |
H |
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L |
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LL |
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Carbonaceos (C) |
CI |
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CM |
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CR |
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CO |
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CV |
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CK |
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Rumuritos (R ) |
R |
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Estantitos (E) |
EH |
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EL |
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Condritos Ordinários (OC)
Condritos Enstatitos (E)
Condritos Rumurutitos (R)
Condritos Carbonáceos (C)
Teoria de formação dos côndrulos:
A teoria mais aceita diz que os côndrulos seriam a poeira que ficava mais próxima ao Sol e que, quando ele começou a produzir calor acabou derretendo e formou pequenas gotículas que depois foram sopradas pelo vento solar e acabaram se resfriando e se misturando com o resto da poeira e com os flocos de metal (que originaram a matriz dos meteoritos). Outra teoria mais recente diz que o aquecimento também pode ter ocorrido devido a indução de correntes elétricas na poeira (que tinha alta resistência e por isso aqueciam) devido ao forte campo magnético do Sol. Mais estudos estão sendo feitos, mas é possivel que ambos os efeitos possam ter ocorrido.