
Tchifaddine (Tassédet 004)
Fatia Cheia 11.200g
- País: Nigéria
- Ano achado: 2016
- Classificação: Condrito H5-impact melt
- Massa total: 405 kg
- Queda observada: Não
Tchifaddine (Tassédet 004)
Descoberto nas vastas planícies próximas a Agadez, no coração do Níger, o meteorito conhecido comercialmente como Tchifaddine — e oficialmente classificado no Boletim Meteorítico como Tassédet 004 — representa uma adição extraordinária e rara à ciência planetária: trata-se da sétima brecha de derretimento de impacto H já identificada, um tipo extremamente incomum de meteorito com uma história violenta e fascinante.
O que torna o Tchifaddine tão especial é sua origem como um condrito H que passou por um derretimento total ou quase total causado por um impacto catastrófico. Ao contrário dos condritos ordinários comuns, que são agregados relativamente intactos de poeira e minerais primitivos do Sistema Solar, os meteoritos de derretimento de impacto como este foram submetidos a altíssimas pressões e temperaturas, ao ponto de fundirem e recristalizarem parcialmente, preservando em sua estrutura evidências do choque extremo que os transformou.
Visualmente, o Tchifaddine é impressionante. Muitos exemplares apresentam uma forma quase esférica, lembrando pequenas cápsulas escuras, envoltas por uma crosta de fusão rica, espessa e negra, que brilha suavemente sob a luz — um vestígio do seu abrasador voo pela atmosfera terrestre. Mas o verdadeiro espetáculo está no seu interior: ao ser cortado e polido, ele revela uma matriz rica em partículas metálicas de ferro-níquel, com veios reluzentes, bolhas de metal e zonas de recristalização, como se fosse um mosaico de ferro líquido que congelou em pleno caos.
Esses traços não são apenas decorativos — eles narram um capítulo dramático da história do meteorito. Acredita-se que o corpo parental do Tchifaddine, possivelmente um grande asteroide condrítico do tipo H, tenha sofrido um impacto de alta energia, tão violento que parte de sua crosta superficial fundiu-se completamente. Esse material fundido, enriquecido por metais pesados e minerais refratários, foi ejetado ao espaço, solidificou-se rapidamente em microgravidade e, muito tempo depois, cruzou o caminho da Terra.
Meteoritos como o Tchifaddine / Tassédet 004 são raríssimos e altamente valorizados tanto pela comunidade científica quanto por colecionadores exigentes. Eles oferecem insights valiosos sobre os processos de impacto e transformação mineral no início do Sistema Solar e são registros diretos de eventos que moldaram asteroides e, por consequência, a própria evolução planetária.
Além de seu valor científico, o Tchifaddine é uma peça de beleza crua e cósmica: sua forma, sua textura, suas partículas metálicas cintilantes, e sua crosta vitrificada profunda fazem dele um verdadeiro fóssil de fogo — um fragmento do caos celeste que se transformou, por obra do acaso, em uma cápsula de história sideral. Para quem busca peças raras, autênticas e esteticamente marcantes, o Tchifaddine é simplesmente imperdível.

Condrito
Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.
Classificação Petrológica dos Condritos
Ausentes 1 |
Esparsos 2 |
Abundantes Distintos 3 |
4 | Indistintos 5 |
6 | ||
Ordinários(OC) |
H |
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L |
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LL |
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Carbonaceos (C) |
CI |
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CM |
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CR |
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CO |
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CV |
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CK |
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Rumuritos (R ) |
R |
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Estantitos (E) |
EH |
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EL |
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Condritos Ordinários (OC)
Condritos Enstatitos (E)
Condritos Rumurutitos (R)
Condritos Carbonáceos (C)
Teoria de formação dos côndrulos:
A teoria mais aceita diz que os côndrulos seriam a poeira que ficava mais próxima ao Sol e que, quando ele começou a produzir calor acabou derretendo e formou pequenas gotículas que depois foram sopradas pelo vento solar e acabaram se resfriando e se misturando com o resto da poeira e com os flocos de metal (que originaram a matriz dos meteoritos). Outra teoria mais recente diz que o aquecimento também pode ter ocorrido devido a indução de correntes elétricas na poeira (que tinha alta resistência e por isso aqueciam) devido ao forte campo magnético do Sol. Mais estudos estão sendo feitos, mas é possivel que ambos os efeitos possam ter ocorrido.