Nova Petrópolis
Fatia 3.6g
- País: Brasil
- Ano achado: 1967
- Classificação: Siderito IIIAB
- Massa total: 305 kg
- Queda observada: Não
Nova Petrópolis
No final da década de 70 uma estrada estava sendo aberta no município de Nova Petrópolis através de uma retroescavadeira quando encontraram um bloco muito pesado, parecendo ferro. Este bloco ficou guardado em uma garagem e tornou-se conhecido por "chorar" - na realidade água de condensação durante bruscas mudanças de temperatura.
Em 1982 o médico Hardy Grunewaldt conheceu o bloco e, reconhecendo-o como meteorito, adquiriu-o. Metade do bloco foi ao Museu Nacional e a outra metade ficou com o Dr. Hardy. O Museu teve contato com o meteorito e ofereceu-se a trata-lo e serrar fora um pedaço para obter fragmentos de 100 a 200 gramas. Isso foi feito através de um lento e penoso aprendizado, com a colaboração de vários laboratórios da Escola de Engenharia da UFRGS. Uma vez concluído o processo, um fragmento valendo mais de 1500 reais foi incorporado ao acervo do Museu: um meteorito metálico com espetaculares estruturas de Widmanstätten, impermeabilizado com 3 demãos de resina acrílica. É um dos 4 meteoritos conhecidos para o Rio Grande do Sul e, além do proprietário, somente o Museu possui um fragmento.
A peça que o Museu possui tem uma pequena inclusão arredondada meio amarelada, que é de sulfeto ou seja troilita - FeS, quase igual a pirrotita terrestre, só que estequiometrica FeS.
(Informação de Maria Elizabeth Zucoloto do Museu Nacional do Rio de Janeiro )
Siderito
Assim como os acondritos, os sideritos são provenientes de corpos parentais cuja matéria primordial sofreu diferenciação. Este material, originário da nebulosa que formou o sistema solar e presente nos meteoritos condritos, sofreu a ação gravitacional ao longo de bilhões de anos dando origem a todos os corpos que conhecemos hoje no sistema solar como o sol, planetas, asteróides, etc. Os sideritos são meteoritos provenientes do núcleo desses corpos parentais onde o material mais pesado se concentrou como o Ferro e Níquel. Apesar de haver um grande número de meteoritos ferrosos já catalogados, a grande maioria não teve a sua queda observada. Somente uma pequena parcela das quedas observadas corresponde a meteoritos sideritos, a grande maioria é representada pelos condritos. Levando-se a conclusão que os meteoritos ferrosos são relativamente mais raros que os rochosos em nosso sistema solar.
Classe estrutural
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Símbolo
|
Camacita [mm]
|
Níquel
[%] |
Grupo químico relacionado
|
Hexaedritos
|
H
|
> 50
|
4.5 – 6.5
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Muito Grosseiro
|
Ogg
|
3.3 – 50
|
6.5 – 7.2
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Grosseiro
|
Og
|
1.3 – 3.3
|
6.5 – 8.5
|
IAB, IC, IIE, IIIAB, IIIE
|
Octaedrito Médio
|
Om
|
0.5 – 1.3
|
7.4 – 10
|
IAB, IID, IIE, IIIAB, IIIF
|
Octaedrito Fino
|
Of
|
0.2 – 0.5
|
7.8 – 13
|
IID, IIICD, IIIF, IVA
|
Octaedrito Muito Fino
|
Off
|
< 0.2
|
7.8 – 13
|
IIC, IIICD
|
Octaedrito Plessítico
|
Opl
|
< 0.2
|
9.2 – 18
|
IIC, IIF
|
Ataxito
|
D
|
-
|
> 16
|
IIF, IVB
|