
Uruaçu
Fragmento 7.4g
- País: Brasil
- Ano achado: 1992
- Classificação: Siderito IAB-MG
- Massa total: 72,5 kg
- Queda observada: Não
Shale fragment
Uruaçu
Descoberto em uma região de intensa prospecção de ouro, nos arredores de Uruaçu, Goiás, o Meteorito Uruaçu é um autêntico siderito do grupo IAB, e representa uma das mais importantes descobertas meteóricas do Brasil. Com origem confirmada e reconhecida por instituições científicas de renome, esse meteorito carrega consigo uma história de bilhões de anos – um fragmento do núcleo de um antigo asteroide que cruzou o espaço profundo até chegar à Terra.
Desde a primeira descoberta em 1992, feita por um vaqueiro local, quatro massas distintas foram recuperadas na mesma propriedade:
29 kg em 1992,
25,2 kg em 1994,
300 g em 1999,
e 18 kg em 2000, esta última localizada por garimpeiros durante uma busca por ouro.
As análises revelaram uma composição rica em elementos metálicos de origem extraterrestre: níquel (6,43%), cobalto (0,46%), irídio (3,36 ppm), ouro (1,46 ppm), gálio (89,6 ppm) e arsênio (11,6 ppm). Sua assinatura química é praticamente indistinguível da do Campo del Cielo, um dos meteoritos mais famosos da América do Sul.
O Meteorito Uruaçu apresenta uma estrutura típica de um octaedrito grosseiro, e contém abundante cohenita e schreibersita – minerais que só se formam sob condições extremas de pressão e temperatura, durante o lento resfriamento do ferro metálico no interior de grandes asteroides. Além disso, exibe bandas de Neumann, marcas deixadas por violentos impactos no espaço, reforçando sua origem cósmica e a intensidade dos eventos que enfrentou antes de chegar ao nosso planeta.
Inicialmente, uma amostra foi enviada à Universidade do Arizona, mas rejeitada devido à ausência de estrutura Widmanstätten e presença atípica de fases metálicas. No entanto, uma nova análise conduzida pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro, com apoio da pesquisadora M. E. Zucolotto, confirmou de forma definitiva sua natureza meteorítica.
Hoje, o Meteorito Uruaçu é procurado por colecionadores e entusiastas da ciência em todo o mundo. Cada fragmento carrega a beleza bruta do ferro estelar, a raridade de minerais extraterrestres e a história primitiva do sistema solar. Uma peça que vai além da coleção: é um pedaço tangível da origem do universo.
Garanta já o seu exemplar e traga para sua coleção um verdadeiro ícone da meteorítica brasileira.

Siderito
Assim como os acondritos, os sideritos são provenientes de corpos parentais cuja matéria primordial sofreu diferenciação. Este material, originário da nebulosa que formou o sistema solar e presente nos meteoritos condritos, sofreu a ação gravitacional ao longo de bilhões de anos dando origem a todos os corpos que conhecemos hoje no sistema solar como o sol, planetas, asteróides, etc. Os sideritos são meteoritos provenientes do núcleo desses corpos parentais onde o material mais pesado se concentrou como o Ferro e Níquel. Apesar de haver um grande número de meteoritos ferrosos já catalogados, a grande maioria não teve a sua queda observada. Somente uma pequena parcela das quedas observadas corresponde a meteoritos sideritos, a grande maioria é representada pelos condritos. Levando-se a conclusão que os meteoritos ferrosos são relativamente mais raros que os rochosos em nosso sistema solar.
Classe estrutural
|
Símbolo
|
Camacita [mm]
|
Níquel
[%] |
Grupo químico relacionado
|
Hexaedritos
|
H
|
> 50
|
4.5 – 6.5
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Muito Grosseiro
|
Ogg
|
3.3 – 50
|
6.5 – 7.2
|
IIAB, IIG
|
Octaedrito Grosseiro
|
Og
|
1.3 – 3.3
|
6.5 – 8.5
|
IAB, IC, IIE, IIIAB, IIIE
|
Octaedrito Médio
|
Om
|
0.5 – 1.3
|
7.4 – 10
|
IAB, IID, IIE, IIIAB, IIIF
|
Octaedrito Fino
|
Of
|
0.2 – 0.5
|
7.8 – 13
|
IID, IIICD, IIIF, IVA
|
Octaedrito Muito Fino
|
Off
|
< 0.2
|
7.8 – 13
|
IIC, IIICD
|
Octaedrito Plessítico
|
Opl
|
< 0.2
|
9.2 – 18
|
IIC, IIF
|
Ataxito
|
D
|
-
|
> 16
|
IIF, IVB
|